> Nossas Experiências: Carta da EJA - 2006 (aos políticos)

Tuesday, May 01, 2007

Carta da EJA - 2006 (aos políticos)

CARTA-SUGESTÃO

Nós, alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), da Escola Municipal Basílio Tcacenco, de Caxias do Sul – RS, dirigimos nosso trabalho de aula para o assunto “Infância e Adolescência”, desde meados de maio deste ano.

Finalizando o referente estudo, tomamos conhecimento da reportagem “Infância e Adolescência – Meninos de Rua”, do Jornal Pioneiro, desta cidade, da data de 21 a 23 de julho deste ano, sobre a qual gostaríamos de dar as seguintes sugestões para realmente amenizar o problema em questão:

1º) É necessário, antes de tudo, fazer um controle de natalidade em todo o país. Dar incentivo às famílias com menos filhos e não com mais, como vem ocorrendo. O incentivo deve ser, por exemplo, em forma de ofertas de cursos profissionalizantes gratuitos, que dêem sentido e futuro à vida dos jovens. Também seria de boa medida, haver mais agentes de saúde que visitem as famílias, orientando e distribuindo preservativos. Criar lei que estimule famílias a terem, no máximo, dois filhos, proporcionando, após o segundo filho, método contraceptivo definitivo e gratuito.

2º) As escolas públicas devem ser de turno integral, oferecendo assim, além das aulas normais, cursos profissionalizantes variados. Além disso, devem ter assistentes sociais e psicólogos para acompanhar as famílias dos alunos em seus problemas. Inserir em seus currículos formação espiritual que resgate os valores humanos.

Quanto às instituições assistenciais, tanto religiosas quanto públicas, como Centro Integrado de Assistência à Criança e ao Educando (CIAE), Centro Educativo da Fundação de Assistência Social, Legião Franciscana de Assistência aos Necessitados (LEFAN), da Associação Literária São Boaventura, todas de Caxias do Sul, deveriam ser em maior número por bairro, pois as mesmas são de grande ajuda para atrair e educar jovens em situação de risco.

E o mais importante de tudo, é o governo federal investir muito mais na educação brasileira do que vem investindo até hoje (3 a 4% do PIB). Isso resolveria muitos dos problemas que, em geral, a sociedade vem enfrentando.

3º) Com relação ao trabalho, as empresas devem ser menos tributadas para terem mais condições de empregabilidade, pois quanto mais emprego, mais renda para o país e, conseqüentemente, mais investimentos que revertem para o povo. E todo tributo municipal, em sua totalidade, deve ser investido no seu próprio município de origem.

Quanto aos benefícios que atendem às famílias carentes, como Bolsa Escola, Vale-Gás, Fome Zero, Bolsa Escola e outros, deveriam ser substituídos por salários dignos aos trabalhadores, uma vez que a lei estipula que o salário mínimo de todo trabalhador deve compreender os seguintes itens: saúde, alimentação, transporte, vestuário, lazer, moradia, educação, higiene e previdência.

4º) Outro fator importante para que as crianças não fiquem desassistidas, tanto nas ruas como em seus próprios lares, é a criação de um número maior de creches públicas por bairro; creches, estas, que dêem preferência de atendimento para as crianças do próprio bairro, e que para isto, seja revisto os critérios de acesso, como não só o de ganhar noventa reais por pessoa da família, mas para quem realmente está trabalhando e não tem como pagar uma escola infantil ou uma pessoa para cuidar dos filhos. E que seja feita fiscalização do cumprimento desses critérios, através de visitas mensais nos lares, por pessoas credenciadas.

Sendo assim, essas são as nossas opiniões para que haja mudanças na questão social do nosso país. E nós, como cidadãos, conhecemos muito bem a realidade do povo e, principalmente, aquela vivida pelas nossas crianças e adolescentes. E como disse Abraham Lincoln, “democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo.”



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